Roberto de Lucena volta a falar sobre proposta de destinar recursos dos royalties de petróleo à educação

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sem dúvida, uma das discussões mais estratégicas deste momento gira em torno da partilha dos royalties de petróleo. Esse é um tema efervescente e está agasalhado numa grande polêmica.
Já fiz uso desta tribuna no dia de hoje para trazer o assunto, mas vale a pena novamente lembrar. Ocorre que nasceu no Senado Federal, Deputado Vicentinho, uma proposta, no mínimo interessante, absolutamente original, criativa e coerente, subscrita pelos insignes Senadores Aloysio Nunes, paulista, como eu, como nós, e Cristovam Buarque, do Distrito Federal, de que 75% desses recursos – que correspondem a uma imensa riqueza pertencente não a um Estado, a um Município, mas a todos os brasileiros – sejam destinados à educação e distribuídos de maneira proporcional a todos os Municípios brasileiros, de acordo com o número de alunos matriculados.
Ora, é claro que, sinceramente, tenho dificuldade de acreditar que uma proposta como essa prospere, até porque vai entrar em rota de colisão com os interesses mais diversos e interesses defendidos por grupos de peso impressionante.
Infelizmente, nem sempre o que motiva muitos desses interesses são, de verdade, interesses pelo Brasil. Infelizmente, nem sempre os motivos que norteiam discussões como essa são confessáveis e republicanos.
É claro que há várias propostas sobre a mesa, e é justo que os Estados e Municípios produtores demandem e reivindiquem uma posição melhor em relação ao resultado da exploração dessa riqueza natural. Mas eu não poderia deixar de aplaudir essa proposta e aplaudir a sensibilidade e o sentimento de responsabilidade dos Senadores que mencionei, um sentimento de responsabilidade e de preocupação com o Brasil pelo qual lutamos e com o qual sonhamos.
O Brasil não entrará definitivamente no século XXI se não investir substancialmente em educação, em educação profissional e em ciências e pesquisas tecnológicas – peço, Presidente, apenas a concessão de mais um tempo para concluir o meu raciocínio -, como o fez, por exemplo, a China, quando decidiu romper com o atraso e patrocinar o seu ingresso no mundo das grandes potências.
Em nome da Senhorita Lívia, minha netinha, e de sua geração, eu quero agradecer aos Senadores Aloysio e Cristovam. Eu estou orgulhoso. Eu os aplaudo.
Que Deus abençoe o Brasil!
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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