O deputado federal Roberto de Lucena, que também é vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), acompanhou, hoje (2), uma delegação de sindicalistas e ativistas dos Estados Unidos que está no Brasil cumprindo parte da agenda de uma campanha mundial pelo direito à sindicalização dos trabalhadores da montadora Nissan no Mississipi, o mais pobre dos EUA.
Na parte da manhã, o parlamentar esteve no Palácio do Planalto juntamente com Robert King, presidente do United Auto Workers (UAW) – um dos maiores e mais antigos sindicatos de metalúrgicos dos Estados Unidos, e com o ator Danny Glover, conhecido por seus papéis em “A Cor Púrpura” ou “Máquina Mortífera” e que também é um famoso ativista pelos direitos humanos nos EUA.
Durante a reunião com o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, Roberto King esclareceu que a Nissan, nos EUA, não respeita as regras internacionais da organização do trabalho. “A empresa intimida quem quer permitir a entrada do sindicato na fábrica no Mississipi”, disse lembrando que lá trabalham, atualmente, 5. mil pessoas e são produzidos sete veículos diferentes.
Segundo Morris Mock, que trabalha há dez anos na fábrica do Mississipi e faz parte da delegação que está no Brasil, se o sindicato entrar, a fábrica pode fechar. Além disso, outro empregado da fábrica, Carl Patton, denunciou que 40% dos empregados são temporários e não têm direitos, não há plano de aposentadoria e a assistência médica “não é boa como já foi”.
Sexta maior montadora automobilística do mundo, a Nissan, segundo informações da comitiva, resiste à criação de um sindicato na fábrica no Mississipi. “Essa agenda de Bob King faz parte dos esforços globais do UAW para reorganizar o movimento operário que, especialmente nos EUA, sofre com a baixa taxa de sindicalização”, observou Roberto de Lucena.
O deputado, durante a reunião, lembrou que esteve no Mississipi, no início deste ano, e garantiu que a bancada da UGT, na Câmara dos Deputados, está sensibilizada com a causa dos trabalhadores.
“Essa não é uma luta apenas dos trabalhadores dos Estados Unidos, mas uma luta da classe operária em todo o mundo. Fica aqui registrado o nosso apoio e o empenho do nosso presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, nesta causa”, finalizou.
