Roberto de Lucena lamenta escalada de assassinatos de jovens no País e presta solidariedade às mães brasileiras enlutadas pelo assassinato de seus filhos

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no próximo domingo, dia 12 de maio, mais uma vez celebraremos o Dia das Mães. Porém, infelizmente, muitas mães amargarão nesta data tão simbólica a ausência de seus filhos. Não importa onde essas mães estarão no domingo: a ausência dos filhos queridos não deixará de visitá-las. Essa ausência estará presente em cada coração de mãe, não só nesse dia, que deveria ser de festa, mas para toda a vida…
São as mães que perderam seus filhos para a crescente violência que assola o País. Não existe nada que desafie mais as leis da natureza e a lei de Deus do que uma mãe ser levada a sepultar o seu próprio filho, cujos sonhos e esperanças foram brutal e covardemente interrompidos.
Segundo o Mapa da Violência 2013 – Mortes Matadas por Armas de Fogo, houve, nos últimos 30 anos, um aumento de 591,5% nas estatísticas de homicídios de jovens. Em 2010, nós tivemos no Brasil 49.932 assassinatos; 53% deles, portanto 26.422 foram de jovens. Sr. Presidente, esse é um número impressionante. Muitos são os Municípios no Brasil que não têm esse número de habitantes. Isso é uma vergonha, é inadmissível! Uma só morte já seria demais, e nós estamos falando de 26.422 mortes.
Estes são números de guerra. E, por trás de cada um destes assassinatos, estão uma família destruída e uma mãe enlutada. Tal como ocorre em uma guerra, temos, hoje, em nosso País, milhares de mães que se tornaram órfãs dos próprios filhos.
Infelizmente, o Dia das Mães está se tornando um dia de luto nacional. Isso mesmo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um dia de luto nacional!!! Porque, no domingo que se avizinha, milhares de mães enfrentarão os quartos vazios dos filhos que jamais voltarão para casa. Restará a elas buscar em fotografias antigas algum consolo para continuar… Não sei, sinceramente, se vão conseguir.
Eu abraço essas mães do Brasil, as mães feridas, as mães que perderam seus filhos, abraçando a Dra. Marisa, mãe do jovem 
Victor Hugo Deppman, de 19 anos, morto num assalto em frente ao prédio onde morava, no bairro do Belenzinho, em São Paulo, por um homem que dali a 3 dias completaria 18 anos de idade. Essa mãe, Sr. Presidente, está transformando a sua dor numa energia impressionante de luta pela paz, contra a violência e pela redução da maioridade penal.
Casos como o de Victor Hugo e o de Cynthia, a dentista que foi brutalmente assassinada, queimada viva, por um homem menor de 18 anos de idade, em São Bernardo do Campo, estão mobilizando a opinião pública e a sociedade brasileira. E desta vez, Sr. Presidente, não será como antes, quando vimos casos chocar a opinião pública, trazer imediatamente ao debate o tema da redução da maioridade penal e, depois de os holofotes da imprensa se apagarem, ser deixados de lado, e o tema ficar esquecido.
Noventa e cinco por cento da sociedade brasileira está clamando pela redução da maioridade penal. Nós estamos promovendo e apoiando este debate nesta Casa ao lado de companheiros e companheiras, Deputados e Deputadas que abraçaram a causa pela compreensão de que nós devemos dar uma resposta à sociedade, sobretudo a esses pais, especialmente a essas mães que perderam seus filhos de maneira trágica, nas mãos de homens com menos de 18 anos de idade.
Finalmente, quero abraçar a todas as mães do Estado de São Paulo e a todas as mães do Brasil abraçando a minha mãe, D. Eunice Alves de Lucena, e abraçando minha filha, a mãe da Srta. Lívia, minha netinha de 5 anos de idade. Quero desejar a todas um feliz Dia das Mães.
Que Deus abençoe as mães do Brasil! Que Deus abençoe o Brasil!
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Era o que eu tinha a dizer. 

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