Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ocupo esta tribuna hoje para lamentar a morte do repórter Rodrigo Neto de Faria, de apenas 38 anos de idade. Ele, que trabalhava na rádioVanguarda e no jornal Vale do Aço, em Ipatinga, Minas Gerais, foi assassinado a tiros na madrugada do último dia 8 de março.
De acordo com o site do jornal, Rodrigo fazia cobertura policial e já havia recebido ameaças de morte. Na última quinta-feira, dia 7, o jornalista foi a um churrasco, em local que frequentava costumeiramente, e, ao sair, foi atingido por dois disparos: um na cabeça e outro no peito. Segundo as primeiras apurações da polícia, os autores seriam dois homens em uma motocicleta. O repórter foi socorrido no Hospital Municipal de Ipatinga, mas não resistiu aos ferimentos.
Como muito bem expressou a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a morte do jornalista investigativo Rodrigo Neto possui características de execução. E isso é crime contra a vida, atentado contra a liberdade e os direitos humanos.
Registro daqui a minha manifestação de pesar à imprensa brasileira pela perda irreparável de mais um jornalista investigativo.
O Deputado Estadual Durval Ângelo, do Partido dos Trabalhadores, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, garantiu-nos – quero ressaltar desta tribuna – que o jornalista já havia denunciado à Comissão o envolvimento de policiais em crimes conhecidos na região.
Eu ainda quero manifestar, Sr. Presidente, nesta oportunidade, o meu apoio a uma iniciativa que se desenvolve nesta Casa, parece-me que a partir de uma proposta apresentada pelo Deputado Delegado Protógenes, do meu Estado de São Paulo, sobre a federalização dos crimes cometidos contra jornalistas.
Manifesto apoio a esta iniciativa e quero chamar a atenção desta Casa, Deputada Luiza Erundina, para a gravidade deste fato. É muito importante, inclusive, que a nossa Comissão de Direitos Humanos e Minorias e todos nós Parlamentares, Deputada Rosane Ferreira, que nesta Casa defendemos a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, que defendemos os direitos humanos, posicionemo-nos de forma que sejam protegidos, preservados os jornalistas investigativos. Eles fazem um grande bem a todos nós, à democracia e àquilo por que primamos, que é a transparência, e buscamos, não somente no País que somos hoje, mas também na Nação que desejamos ser.
Sr. Presidente, muito obrigado.
Roberto de Lucena lamenta assassinato do repórter investigativo Rodrigo Neto de Faria, em Ipatinga, Minas Gerais, e declara apoio à proposta de participação da Polícia Federal na investigação de crimes praticados contra a atividade jornalística
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