Roberto de Lucena critica corrupção e pede apoio ao Vale do Ribeira

Sr.Presidente, ilustre Deputado Francisco Escórcio, que tem sido nesta Casa uma referência, especialmente para nós que estamos chegando, em primeiro mandato, com o desejo de contribuir da melhor maneira com o nosso Brasil, o Brasil em que acreditamos e com o qual sonhamos. Antes do meu pronunciamento, Presidente, quero fazer o registro da mistura de sentimentos que me tomam em relação aos vários casos de corrupção que têm sido divulgadas por nossa imprensa.

O primeiro sentimento é o de indignação, de vergonha, como homem público que percorre o País e vê as necessidades do nosso povo, que  são gritantes. Ao mesmo tempo, vemos os dutos da corrupção saquear e lesar os recursos que deveriam ser destinados para o bem-estar do povo brasileiro; vemos esses recursos serem saqueados por uma horda de pessoas que se permite uma conduta de fraqueza moral e ética. O segundo sentimento, Deputada Erika Kokay, é de conforto pelo fato de que isso estar vindo a público: é o Brasil  sendo passado a limpo. O Brasil nunca mais será o mesmo depois dessas situações que vêm a público e que acabam apontando uma nova direção, provocando uma nova maneira de fazer política no País. O terceiro sentimento é o de esperança, devido ao comportamento da Presidenta Dilma quanto a essas situações, porque o que demonstra nossa seriedade não é que coisas ruins ou negativas deixem de acontecer, mas que, elas acontecendo, tenhamos uma postura firme e irrepreensível. E assim tem sido a postura de nossa Presidenta Dilma, do nosso Governo: firme, transparente e segura.

No entanto, Presidente, o que me traz à tribuna nesta oportunidade é o desejo de manifestar minha solidariedade ao querido povo do Vale do Ribeira, que, nos últimos dias, vem sofrendo com as fortes enchentes que atingiram a região, em especial as cidades de Eldorado, Sete Barras e Registro, deixando um rastro de destruição, tristeza e desespero. Estive, Deputado Francisco Escórcio, no último final de semana, visitando a região do Vale do Ribeira, e de lá voltei comovido com o que vi e com o que ouvi, tendo assim assumido o compromisso de  não medir esforços para ajudar a população da região a enfrentar este momento de tanta dor e dificuldade. O território do Vale do Ribeira é, para quem sai do Paraná, uma das portas de entrada no Estado de São Paulo, abrangendo uma área de mais de 18 mil quilômetros quadrados, composta por 25 municípios. Tem uma população estimada de aproximadamente 450 mil habitantes, dos quais 115 mil, ou 26% do total, vivem na área rural. A economia principal é baseada na agricultura familiar, especialmente na monocultura da banana.

O Vale do Ribeira, Sr. Presidente, é para São Paulo o que a Amazônia é para o Brasil. Antes de existir uma legislação específica, ou mesmo antes de se falar em preservação ambiental, a população do Vale do Ribeira, com muita sabedoria, ao longo dos anos, cuidou do patrimônio natural com muito zelo, dando exemplo para o Brasil e para o mundo. É uma região de enorme riqueza natural, mas marcada pela pobreza, e que ficará mais pobre ainda depois deste grande desastre natural. Os prejuízos causados pelas enchentes são incalculáveis. Só a cidade de Eldorado, com cerca de 14 mil habitantes, contabiliza mais de 8 mil desabrigados,ou seja, mais de 50% da população foi atingida.

A exemplo de Eldorado, as cidades de Registro e Sete Barras já declararam estado de calamidade, e para elas chamo a atenção das autoridades estaduais e federais. É urgente a necessidade de um olhar diferenciado para aquela região neste momento. É necessário que medidas emergenciais sejam tomadas para elas, dentre as quais a anistia das dividas de financiamento dos pequenos agricultores da região, que perderam suas plantações — 80% de toda a plantação foi destruída —,e a liberação imediata de recursos dos Ministérios da Cidade, da Integração, da Saúde e outros, para reconstrução de áreas e atendimento da população desabrigada.

Quero também, Sr. Presidente, chamar a atenção para a necessidade de se consolidar o seguro da banana. Outras monoculturas já foram contempladas, mas,infelizmente, o mesmo não ocorreu ainda  com os nossos bananais. Mais uma vez,considero a importância dessa atividade para aquela região.

Quero aqui expressar ao povo do Vale do Ribeira minha solidariedade e, às autoridades federais e do Estado de São Paulo, meu apelo pelo socorro imediato àquela população. Quero rogar, Sr. Presidente, que seja divulgado, nos meios de comunicação da Casa, este pronunciamento, e finalizo agradecendo sua generosidade e compreensão.

Que Deus abençoe o Brasil!

Era o que tinha a dizer.

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