Repúdio aos atos de violência e vandalismo ocorridos durante manifestações contra o reajuste de tarifas do transporte coletivo urbano, em São Paulo, Estado de São Paulo. Saturação da sociedade brasileira com a violência, os sucessivos escândalos de corrupção e o caos da saúde pública.

Sr. Presidente, ilustre Deputado Izalci, Deputado Eurico Júnior, Deputada Erika Kokay, Srs. Deputados, inicialmente quero somar-me ao ilustre Deputado Gonzaga Patriota, quando faz aqui suas considerações a respeito da nossa preocupação em relação às manifestações que têm ocorrido, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em São Paulo, manifestações públicas que têm acontecido em decorrência do aumento de passagens, sobretudo passagens de ônibus, que ocorreu por parte da Prefeitura Municipal de São Paulo, e do Governo de São Paulo em relação ao metrô. Foi, na verdade, Sr. Presidente, uma correção, e não um aumento, o que ocorreu.
Eu gostaria que tivéssemos condições de ver o Estado podendo oferecer ao cidadão transporte público gratuito e de qualidade. Hoje, o Estado de alguma forma subsidia, Deputado Eurico Júnior, uma grande parte desse custo, e uma parte desse custo é repassada ao cidadão. Gostaria que não tivesse havido necessidade de haver esse aumento.
No entanto, respeitando o direito de manifestação, a liberdade de manifestação prevista inclusive na nossa Constituição, a liberdade de expressão, identifico como absolutamente desproporcional aquilo que tem acontecido em São Paulo, por exemplo, do objeto da reclamação, do objeto da manifestação, quando centenas de pessoas têm ido às ruas numa manifestação truculenta, violenta, acompanhada de atos de vandalismo e provocando, dessa forma, uma reação que eu também gostaria que não tivesse acontecido por parte dos policiais, que estão ali cumprindo seu papel. No entanto, aqueles policiais, investidos de autoridade e de responsabilidade de proteger a sociedade, de proteger o patrimônio público, na garantia, no cumprimento dos seus deveres, precisam cumprir suas obrigações.
Quero aqui falar em defesa desses policiais, que muitas vezes, inclusive por uma parte da imprensa, são acusados, são culpados, são apontados como se aparentemente estivessem lançando-se contra uma manifestação pacífica, que é o que não está ocorrendo, é o que não está acontecendo.
Eu quero, portanto, aqui, dizer que, no meu entendimento, o Prefeito Fernando Haddad, da capital paulista, que vem fazendo um bom trabalho, e o Governador Geraldo Alckmin apenas fizeram, pelos seus Governos, uma correção.
Quero aqui manifestar-me contrariamente à maneira como essas manifestações têm ocorrido: absolutamente não são manifestações pacíficas. Quero dizer, Deputada Érika, da minha preocupação, porque, na medida em que nós vemos esse tipo de reação e de manifestação como consequência de algo que não justificaria esse tipo de reação, não justificaria esse tipo de comportamento, nós precisamos fazer uma leitura: quando a terra está completamente encharcada, o orvalho a faz transbordar. A verdade é que a sociedade – e vou concluir – está saturada. A verdade é que a sociedade já não aguenta mais, já não suporta mais uma sucessão de fatos que nada tem a ver com essa questão do aumento da passagem. Eu falo do aumento da violência em São Paulo, no Rio de Janeiro e no País inteiro. Falo da manifestação da corrupção, dos sucessivos escândalos. Falo do caos na saúde pública deste País. Então, nós estamos vendo a sociedade saturada. Eu penso, Sr. Presidente, que é o momento em que esta Casa precisa fazer uma reflexão sincera, uma reflexão responsável, uma reflexão profunda.
O meu respeito e o meu abraço ao povo de São Paulo e ao povo do Brasil.
Muito obrigado.

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