Novamente, Roberto de Lucena demonstra preocupação com a liberação de bebidas alcoolicas na Copa de 2014

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta terça-feira, ocupei a tribuna desta Casa para relatar a minha preocupação diante da possibilidade de aprovarmos a liberação do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, durante a realização da Copa do Mundo de 2014. Nós apreciaremos esse tema provavelmente no dia 6 de dezembro em Comissão e, posteriormente, neste plenário.
Na oportunidade, trouxe alguns números preocupantes, pois mostram a fragilidade de nossos jovens ao consumir a bebida.
Dados do Movimento Propaganda sem Bebida, liderado pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo – CREMESP, mostram que o consumo de álcool é responsável por mais de 10% de doenças e mortes no País, provoca 60% dos acidentes de trânsito, leva 65% dos estudantes de 1º e 2º graus à ingestão precoce, entre outros problemas.
Se essa concessão passar pela Câmara dos Deputados, certamente estaremos retroagindo nos avanços já conquistados para desestimular o consumo de bebidas cada vez maior entre nossos jovens. Estaremos voltando à estaca zero, abrindo um precedente muito ruim.
Em nome da Frente Parlamentar Evangélica e da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, solicito às Sras. e Srs. Deputados que façam uma análise detalhada, profunda das consequências que essa medida irá trazer.
Por ser detentora de toda a estrutura e monopólio da Copa do Mundo, a FIFA se arroga o direito inclusive de interferir em conquistas já consagradas dos estudantes e dos idosos de nosso País. E, agora, o mais grave: quer liberar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.
É claro que eu não responsabilizo apenas a FIFA. O Brasil já conhecia as regras do jogo quando se candidatou a sediar a competição. Mas ninguém nos perguntou, ninguém perguntou ao povo se desejava pagar a conta em todos os sentidos.
Como vemos, Sr. Presidente, a situação é dramática. Não podemos aceitar que a nossa soberania seja arranhada ao preço da realização de uma competição esportiva, ainda que reconhecida por todos nós como de grande importância.
Faço uma pelo, Sr. Presidente, a esta Casa: pelo amor de Deus, não cometamos essa loucura!
A família brasileira não quer a liberação do álcool nos estádios, nem durante a Copa, nem depois.
Pela vida e pela família, digamos não a essa concessão. Digamos não à intervenção da FIFA em nossas leis, em nossos costumes e nos avanços que temos obtido no enfrentamento a esse mal, o alcoolismo, que é pior, em muitos casos e em muitas situações, do que o próprio consumo de drogas.
Sr. Presidente, era o que eu tinha dizer.
Que Deus abençoe os nossos jovens! Que Deus abençoe o Brasil!
Muito obrigado.

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