O Governo Federal administra, por meio da Secretaria de Patrimônio da União, cerca de 630 mil imóveis. Desses, 50 mil são de uso especial, e pertencem ao INSS. Em valores não corrigidos, apenas esses 50 mil imóveis somam R$ 654 bilhões.
Após ter acesso a esses dados, por meio de um Requerimento de Informações enviado ao Ministério da Economia, o deputado federal Roberto de Lucena (PODEMOS/SP), lançou o desafio, em discurso no Plenário da Câmara, nesta terça-feira (2/7): estudar, juntamente com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, a formação de um Fundo de Investimento Imobiliário lastreado por essa carteira de imóveis.
“A ideia, caso seja viável a criação deste fundo, é selecionar os bens passíveis de compor esse fundo, atualizar o valor de mercado e atrair investidores”, explica Lucena.
Área nobre de Brasília
Um primeiro levantamento dos dados fornecidos demonstra que, só em Brasília, existem 225 imóveis, localizados em áreas nobres da cidade. Na Área Octogonal Sul, por exemplo, são 130 apartamentos, seis boxes de garagem e um escritório. Anúncios na Internet mostram que apartamentos nesta área, dependendo do tamanho do imóvel, estão avaliados em preços que variam de R$ 650 mil a R$ 1,5 milhão.
Recursos poderiam ajudar a compensar déficit da Previdência
O parlamentar avalia que, em valores de mercado atualizados, esses imóveis poderiam ajudar a cobrir o rombo da Previdência. “Se o relator da Reforma estima uma economia de R$ 913 bilhões em 10 anos, temos aí uma variável que já cobriria o eventual rombo, e ainda sobraria dinheiro”, disse o deputado.
“Eu não consigo imaginar que nos debrucemos sobre uma Reforma da Previdência que vai atingir a vida de milhões de brasileiros, e que vai impactar as futuras gerações, e não levemos em conta a existência de um patrimônio desta magnitude”, enfatizou.
Lucena é favorável à Reforma da Previdência, mas com ajustes. “A Reforma é necessária e urgente, pois precisamos garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário, mas essa reforma precisa ser justa com os trabalhadores, com os idosos e as pessoas mais pobres”, ponderou o deputado.
Sobre a criação do fundo imobiliário provocada em seu discurso, o parlamentar afirmou que a decisão deverá partir do Governo, e que vai levar o assunto à frente. “Vamos atuar em uma interlocução direta com o Ministério da Economia, a fim de colaborar com apontamentos de soluções para essa questão”, disse.
Por: Assessoria de Comunicação/Dep. Roberto de Lucena