Itamaraty informa que presta apoio à família de jovem morta nos EUA

Ministério das Relações Exteriores respondeu ao requerimento de Informações enviado pelo deputado Roberto de Lucena.

O Ministério das Relações Exteriores informou que o Consulado Geral do Brasil em Nova York está tomando todas as providências necessárias junto às autoridades americanas e prestando apoio à família da jovem Jhessica Freitas Almeida da Silva, encontrada morta por enforcamento no quarto, dentro do guarda roupa, na casa onde trabalhava como babá, em Nova York. Esta é uma resposta ao Requerimento de Informações nº 2339/2012, de autoria do deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP).

Segundo o Ministério, desde que tomou conhecimento do caso, no dia 1º de abril deste ano, pela polícia do Condado de Suffolk, comunicou o corrido à Divisão de Assistência Consular, e esta à família da jovem.

De acordo com as informações do Itamaraty, a família teve acesso ao laudo da necropsia em que ficou apontado o suicídio como causa de sua morte. Ainda de acordo com a nota, os policiais insistiram, porém, que foram seguidos todos os procedimentos com cuidado e que inexiste qualquer evidência de homicídio.

 

Discurso do deputado Roberto de Lucena sobre o caso, no dia 29/05/12

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o assunto que trago aqui é muito preocupante. Envolve a interrupção do sonho de uma jovem e o sofrimento de uma família brasileira. Jéssica Freitas, de 20 anos, sabia o que estava fazendo. Ela era extremamente determinada e lutava por uma vida melhor. Estudou inglês, tornou-se fluente na língua, pois queria estudar Psicologia nos Estados Unidos.

O sonho tornou-se realidade. Ela foi selecionada por um programa de intercâmbio e conseguiu matricular-se em uma faculdade americana. Demonstrava alegria todas as vezes em que telefonava para os pais, no Brasil. Enquanto estudava, Jéssica trabalhou como babá na casa uma família americana, onde tomava conta de três crianças.

O que se mostrava um cenário de alegria e conquistas tornou-se um pesadelo para a família da brasileira. A jovem brasileira foi encontrada morta dentro do próprio armário, com um cinto, na casa onde trabalhava.

O mais estranho é que o dono da casa demorou a chamar a polícia, e a família de Jéssica só foi avisada 24 horas depois do acontecido. Os pertences de Jéssica foram extraviados. Seus celulares foram doados, inexplicavelmente, pela polícia.

Segundo a sua família, Jéssica não demonstrava qualquer tipo de transtorno, de ansiedade ou preocupação. A hipótese de que a jovem tenha cometido suicídio parece de difícil sustentação.

Sr. Presidente, os fatos estranhos não param por aí. A cena do suposto suicídio foi desfeita sem o trabalho pericial, e o corpo de Jéssica já estaria sendo encaminhado à cremação sem a autorização da família.

O pai de Jéssica, o Sr. João Vieira da Silva, disse que procurou o Itamaraty e recebeu apenas a orientação de que contratasse um advogado criminalista nos Estados Unidos. A família disse que não tem dinheiro para tal.

Sr. Presidente, essa história terrível e dramática precisa ser esclarecida pelo Governo americano. O Governo brasileiro precisa cobrar das autoridades daquele país uma apuração mais rigorosa desse caso.

Por isso, solicitei do Ministério das Relações Exteriores explicações de como está sendo dada a atenção necessária à família de Jéssica.

Na mesma situação de Jéssica existem outros milhares de jovens brasileiros que vão estudar e tentar a vida nos Estados Unidos. Não queremos, Sr. Presidente, que outras “Jéssicas” tenham o mesmo fim.

Respostas são necessárias, e não vamos descansar enquanto as dúvidas que pairam em torno do episódio não forem esclarecidas. À família de Jéssica a minha solidariedade e os meus respeitos.

Muito obrigado.
Era o que eu tinha a dizer.
Que Deus abençoe os nossos jovens! Que Deus abençoe o Brasil!

 

 

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