Discurso sobre a realização de movimentos contra a corrupção e movimento evangélico realizados no Dia da Independência do Brasil

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 7 de setembro, enquanto o Brasil comemorava a data festiva de sua Independência, dois importantes movimentos aconteciam aqui na Capital Federal simultaneamente, em favor da Pátria.

Um desses movimentos, promovido pela Rede de Apóstolos, liderada pelo Apóstolo Geser Cardoso, trouxe uma multidão de líderes cristãos à Capital brasileira com o objetivo de clamar a Deus pelo nosso País.
O outro movimento levou às ruas milhares de pessoas não somente em Brasília, mas também na cidade de São Paulo, com a finalidade de fazer um grande protesto nacional contra a corrupção.
Esses dois movimentos, tão distintos entre si, na verdade tinham algo em comum: eram manifestações de pessoas que amam o Brasil, que querem ver a Nação de cabeça para cima!
Um usou a oração, enquanto o outro usou o grito. Os dois cumpriram seus papéis, e a mim, um cidadão brasileiro que é pai e avô e está investido de um mandato parlamentar, renovaram as forças e encheram de esperança.
Confesso que me causou temor ver a indiferença com que a sociedade brasileira vinha reagindo nos últimos anos diante de tantos escândalos de corrupção ocorridos, envolvendo pessoas ligadas ao poder.
Num passado não tão distante, quando nossos jovens pintaram a cara e foram às ruas, eles fizeram estremecer as estruturas, e suas vozes foram ouvidas nos Palácios.
Mais do que isso, mais do que se fazerem ouvir, eles impuseram ao sistema uma mudança de curso nunca antes vista em nossa história.
E essa capacidade de indignação, que parecia perdida, deu sinais, no último dia 7 de setembro, de estar ressurgindo.
O que vi no dia 7 de setembro foi alentador!
Eu estava em repouso médico, após a cirurgia a que me submeti dias antes, mas acompanhei a distância os dois movimentos.
Um deles, silencioso, mas poderoso e eficaz, não foi mostrado pela mídia, e nem precisava, porque seu resultado não demanda de publicidade. O outro encheu a tela da TV e as manchetes da Internet: jovens e coroas pintados! Eles estão de volta e, com nariz de palhaço, baldes e vassouras, fizeram ouvir seus protestos.
Uno-me a eles. Uno-me aos dois movimentos: ao movimento da oração e ao movimento do protesto. Aliás, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é isso o que aqui tenho feito nesta Tribuna na forma de meus pronunciamentos.
Mas, além das orações e dos protestos, uno-me também àqueles que nesta Casa têm trabalhado por um Brasil sem corrupção, mais ético e mais justo socialmente.
Não ignoro o fato de que o movimento não desejou a presença de políticos ou de representantes de partidos políticos. Infelizmente, chegamos ao fundo do poço da credibilidade pública nas nossas instituições.
O desgaste da figura do homem público vem ocorrendo ao longo da história e tem se intensificado cada vez mais em razão do distanciamento entre a prédica e a prática.
Não culpo a sociedade por aquilo que pensa a respeito da classe política. A sociedade tem mais que justos motivos para tal. Lamento, porém, que não seja dada a repercussão midiática aos bons exemplos, às boas referências, que são em número considerável nesta Casa.
Volto a insistir, Sras. e Srs. Deputados: esta Casa deve escolher de que lado quer estar e eleger a corrupção como seu inimigo número um.
Os caras-pintadas agora são coroas. O tempo passou, e não mais os havíamos visto. Parecia que haviam desistido do Brasil, conformado-se. Mas, ao contrário, eles voltaram, e creio que doravante vamos vê-los sempre em nossas ruas dizendo “não” à corrupção e mandando uma mensagem clara às autoridades e aos Poderes constituídos.
Que estejamos atentos às vozes que estão vindo das ruas. Que estejamos com os ouvidos abertos às vozes dos cidadãos de nosso País, que esperam, em especial dos membros deste Poder Legislativo, uma reação e uma atuação mais efetiva contra a corrupção.
Parabéns aos coordenadores e às pessoas envolvidas nesses dois movimentos pelo bem desta Nação.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
Que Deus abençoe o Brasil!

 

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