Sra. Presidente Rose de Freitas, Sras. e Srs. Parlamentares, na semana passada manifestei, mais uma vez, desta tribuna a minha preocupação com a crescente onda de violência no Estado de São Paulo, envolvendo a morte de policiais militares e de cidadãos e cidadãs brasileiras.
Ressaltei que por trás dos números das frias estatísticas existem pessoas, famílias, tristes histórias de seres humanos que deixaram suas famílias devastadas pela dor. Até agora foram 86 casos de assassinatos de policiais militares, conforme os dados oficiais. Os policiais foram executados apenas por serem policiais, em grande parte dessas ocorrências. Muitos deles estavam em serviço quando foram mortos.
Vivemos um verdadeiro clima de guerra. O Governo de São Paulo tem adotado medidas para o enfrentamento dessa situação, tem se empenhado, mas elas não têm sido, até o momento, suficientes para conter esses crimes. Não é algo que assusta somente o povo de São Paulo, mas o Brasil e o mundo. Não bastassem os crimes contra nossos policiais militares, na semana passada pelo menos 11 pessoas foram mortas a tiros entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado na Região Metropolitana de São Paulo. Entre a noite de quinta-feira e o fim da tarde de sexta-feira, 20 pessoas já haviam sido assassinadas. Trata-se de um número absurdo, considerada a média diária de 6 mortes registradas em 2012 na Grande São Paulo.
Mais uma vez a história de muitos brasileiros foi escrita com o sangue e a violência. Filhos órfãos, famílias destruídas. Na última semana, em um ato contra a violência, em Higienópolis, moradores exibiam cartazes com os dizeres “Você já viveu hoje?”. O local escolhido para o manifesto foi palco de mais uma triste história: o assassinato da jovem Caroline Silva Lee, 15 anos, que morreu durante um assalto. Ela morreu por causa de uma mochila e de um celular.
Sra. Presidente, nosso direito de ir e vir, garantido pela Constituição, está ameaçado. A violência já tomou conta do nosso dia a dia e parece que, em vez de falarmos em qualidade de vida, temos de fazer um discurso ressaltando a importância do direito à vida. “Não quero universidade, nem metrô. Eu quero é viver”, disse um funcionário público que participou do manifesto em Higienópolis e preferiu não se identificar. Precisamos rever o nosso Código Penal, acabar com a impunidade que gera condições para que essas atrocidades sejam cometidas.
Sra. Presidente, para concluir, nós, Parlamentares, organizações de defesa dos direitos humanos, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, temos de nos unir e adotar todas as medidas necessárias para conter essa onda de violência. As vítimas somos todos nós, porque a insegurança e o medo estão nos olhos de todos os cidadãos brasileiros.
Que Deus abençoe o povo do Estado de São Paulo com dias de paz!
Que Deus abençoe o Brasil!
Muito obrigado, Sra. Presidente e Sras. e Srs. Parlamentares.
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