Deputado Roberto de Lucena quer exoneração do presidente da Funai

Vice-líder do Partido Verde na Câmara mostrou preocupação quanto à violência que os índios vêm sofrendo e sobre a presença estrangeira nas aldeias

 

Durante pronunciamento nesta quinta-feira, o deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP) questionou a maneira como a Fundação Nacional do Índio está sendo conduzida, principalmente, depois de tantos casos de violência contra índios na Amazônia e pela entrada de estrangeiros em reservas indígenas. Diante disso, o deputado pediu a exoneração do presidente da Funai, Márcio Meira.

O parlamentar citou a matéria da revista Veja, que aborda a entrada de jornalistas australianos no território Suruawahá. A reportagem mostrou ainda que os índios estariam sendo inflamados com a informação de que deputados federais poderiam matá-los e atear fogo sobre suas malocas.

“Como prometi naquele pronunciamento, já protocolei no dia 18 deste mês, Representação junto à Procuradoria da República para que investigue o caso”, disse.

O deputado citou ainda que recebeu a informação do Instituto das Culturas Índias do Brasil (IACIB), por meio de seu presidente, Davi Terena, que fato semelhante ocorreu com os índios “Zoé”, o que inclusive está sendo investigado pelo Ministério Público Federal em virtude de Representação encaminhada pelo IACIB à Procuradoria Geral da República.

“Segundo o Senhor Davi Terena, índios da etnia Zoé estão recebendo constantes visitas de estrangeiros em sua área, tendo lá inclusive uma espécie de ‘hotel’ para receber os estrangeiros”, informou.

O parlamentar disse que tomou conhecimento que estes mesmos índios também tiveram suas entrevistas truncadas com uma falsa tradução feita por pessoas ligadas a Funai. “Preocupado com esta informação, solicitei a um grupo de linguísticos que analisassem a tradução da entrevista que esta sendo publicada em um site internacional”, disse Roberto de Lucena.

O deputado Roberto de Lucena também chamou atenção para o caso de violência, ocorrido no dia 18 de novembro. O cacique da tribo Kaiowá foi assassinado, quatro pessoas desapareceram e muitas ficaram feridas na comunidade Tekoha Guaiviry, entre os municípios de Amambai e Ponta Porã, no Mato Grosso, com a invasão de 40 pistoleiros fortemente armados. “E o mais grave é que esta era um tragédia anunciada.  A Funai sabia da tensão na área e o nada fez, de fato,  para impedi-la”, denunciou.

O deputado alertou para casos semelhantes na Bahia envolvendo as etnias Tupinambá e Pataxó Hã Hã Hãe. “Vamos ficar aguardando que tragédias também aconteçam lá?”, concluiu.

Foto: Brizza Cavalcante (Sefot / Secom / Câmara)

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