Deputado Roberto de Lucena fala sobre visita à escola de Realengo

Sr. Presidente, ilustre Deputado Amauri Teixeira; Deputado Josué; Sras. e Srs. Deputados, no dia 8 de julho estivemos, com uma comitiva de Deputados, representando esta Casa, em especial a Frente Parlamentar de Combate ao Bullying e outras Formas de Violência, em visita a Realengo, no Rio de Janeiro, especialmente à Escola Tasso da Silveira.

Naquela oportunidade, tive o privilégio, a honra de ser recebido por familiares, pelos entes queridos daquelas crianças vítimas do massacre, algo terrível, que ali ocorreu e feriu a alma nacional, os parentes dos sobreviventes. Receberam-me e receberam a nossa comitiva, composta pelos Deputados Chico Alencar, Neilton Mulim, Keiko Ota, Liliam Sá, com a maior generosidade, gentileza e fidalguia.

Deputado Josué, o sentimento que nos tocou naquela oportunidade foi o de comoção por ali estarmos, conversarmos com os alunos, com os funcionários, com os professores, com o diretor do colégio, por ouvirmos a população. Naquele momento fizemos um ato simbólico, e centenas de pessoas abraçaram a Escola Tasso da Silveira, inclusive as crianças sobreviventes.

Aquele sentimento de comoção foi, em seguida, substituído pelo sentimento de estupefação diante do abandono pelo Estado das crianças sobreviventes.

Eu quero citar aqui o caso de Luan, de Mateus e de Taiane. Taiane, uma atleta, 13 anos de idade, está numa cadeira de rodas, com possibilidade de não andar; Luan, com a possibilidade e o risco iminente de perder a visão; e Mateus, com o risco de ter que amputar um bracinho.

Após aquele momento do choque, após aquele momento em que o Brasil se comoveu – Sr. Presidente, eu peço a sua compreensão para me conceder mais 1 minuto para que eu possa concluir -, após aquele momento em que o Brasil se chocou, o Brasil se estarreceu, parece que aquela tragédia foi esquecida e aquelas crianças foram esquecidas. Deputado Josué, o Mateus, por exemplo, tem uma cirurgia de que ele precisa para não comprometer o seu braço marcada para o final de outubro, e a Prefeitura e o Governo do Rio de Janeiro, que representam o Estado, que não puderam proteger aquelas crianças, que foram incapazes de proteger aquelas crianças, também têm sido incapazes de dar a elas o acompanhamento e àquelas famílias a resposta necessária.

Eu estou envergonhado, Sr. Presidente Amauri! Esse sentimento de comoção hoje se tornou um sentimento de indignação. Eu faço um apelo ao Prefeito Eduardo Paes e ao Governador Sérgio Cabral para que se sensibilizem e atentem a essa necessidade das famílias e dos sobreviventes, aquelas crianças que lá estão, cuja dor já é muito grande e, por isso, não merecem o desprezo e o abandono do Estado.

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