Deputado Roberto de Lucena discursa sobre o risco de explosão no shopping Center Norte, em São Paulo

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que traz de volta à Tribuna neste dia é um dos fatos que chamou a atenção do meu Estado de São Paulo e de todo o Brasil, referente ao risco de explosão no Shopping Center Norte, na cidade de São Paulo, shopping que já constou no Guiness Book como o maior do Brasil.
Frequentado diariamente por 80.000 (oitenta mil) pessoas, multidão que chega a 120.000 (cento e vinte mil) aos sábados e domingos, o shopping ocupa uma área de 117.000 m² (cento e dezessete mil metros quadrados), abriga 331 (trezentos e trinta e uma) lojas e 6.000 (seis mil) mil funcionários.
Por muitos dias um impasse se formou entre a administração do shopping e a Prefeitura de São Paulo, causando um desconforto e uma insegurança na população que frenquenta aquele estabelecimento, bem como nos funcionários que ali trabalham.
O impasse surgido está ligado a um problema detectado no local pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo – CETESB. Em vistorias realizadas por ali nas últimas semanas, os técnicos da empresa encontraram uma grande concentração de gás metano no subsolo, tornando iminente o risco de explosão.
Desde que o fato veio a público, um clima de desconfiança paira sobre os 300.000 m2 do complexo, que inclui também o Lar Center e o Expo Center Norte, num total de 467 lojas. Os prédios estão em terreno que funcionava como depósito de lixo. O fato, por si só, não é grave, desde que os responsáveis pelos empreendimentos monitorem a substância produzida pela decomposição da matéria orgânica e arranjem meios de dar vazão a ela.
Segundo a fiscalização, isso não está sendo feito adequadamente e há pontos nos quais o vapor consegue passar para a superfície.
Medidas foram solicitadas e não foram atendidas. O impasse chegou aos Tribunais numa disputa de liminares que cumulou com interdição do shopping no dia de ontem.
Sr. Presidente, quero manifestar meus aplausos à posição firme e clara da Prefeitura municipal de São Paulo, que em momento algum se intimidou e agiu especialmente preocupada com a vida das pessoas que ali trabalham e transitam.
Quero também, Sr. Presidente, destacar o papel importante da UGT – União Geral dos Trabalhadores, que vem apoiando os funcionários do shopping durante todo esse período, acompanhando de perto todas as ações e procedimentos que ali estão sendo realizados.
A UGT, na pessoa de seu Presidente Ricardo Patah, está atenta a toda a movimentação e buscando todas as garantias de segurança para os trabalhadores.
Sr. Presidente, o impasse está longe de ser resolvido e as dúvidas sempre existirão. Assim, o episódio Center Norte nos leva a algumas perguntas: de quem é a culpa? Os fatos poderiam ter sido evitados?
O mais assustador ainda, Sras. e Srs. Deputados, é que em situação parecida estão milhares de paulistanos que tiveram seus apartamentos construídos em antigos lixões.
Essas pessoas investiram todas as suas economias na aquisição de um imóvel próprio e agora estão à mercê da sorte, orando para que tudo não venha abaixo por conta de uma explosão.
É preciso que as pessoas que liberaram essas construções e, principalmente as construtoras, sejam responsabilizadas por qualquer coisa que venha a acontecer com esses inocentes.
É preciso, também, que o Ministério Público esteja atento à situação desses moradores, bem como dos trabalhadores que estão arriscando a vida, obrigados a exercer seu trabalho em um ambiente propício a ir pelos ares.
Estamos atentos, Sr. Presidente.
Era o que eu tinha a dizer.
Que Deus abençoe o Brasil.

 

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