Deputado pede que Ministério Público acompanhe vítimas de Realengo

Sr. Presidente, ilustre Deputado Inocêncio Oliveira, Sras. e Srs. Parlamentares, nesta semana, completam-se 4 meses da tragédia de Realengo, o massacre de crianças inocentes, que resultou na morte de 12 pessoas e no ferimento de outras tantas.
No entanto, 4 meses depois desse episódio lamentável, que chocou o Brasil e o mundo, exatamente no Dia Mundial da Saúde, quando se apagaram os holofotes da mídia, quando o assunto deixou de ser diariamente abordado na imprensa, as autoridades municipais e estaduais do Rio de Janeiro, ilustre Deputado Amauri Teixeira, simplesmente abandonaram aquelas crianças sobreviventes e as famílias das que foram vitimadas na tragédia.
Nós temos, nas últimas sessões plenárias, ocupado a tribuna desta Casa para chamar a atenção das autoridades do Rio de Janeiro e denunciar o descaso inconsequente, irresponsável, praticado contra todos nós, porque atinge as nossas crianças.
Recentemente, numa nota, a Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro nos desmentiu. Disse, Deputado Inocêncio Oliveira, que ao contrário das informações que aqui estávamos trazendo, a escola, as crianças, os familiares dos sobreviventes e das crianças que foram mortas têm recebido assistência das autoridades, assistência psicológica e médica, e isso de fato não tem ocorrido.
Volto a citar aqui o caso do Luan, um garoto que recebeu um tiro em uma das vistas e corre o risco de perdê-la se não receber intervenção cirúrgica, um procedimento médico, que está marcado para o final do mês de setembro.
Volto a citar aqui o caso do Mateus, que corre sério risco de ter sequela gravíssima em seu braço ou até de ter que amputá-lo, já que tem dificuldade de circulação porque recebeu também um disparo, mas sua cirurgia está marcada para o mês de outubro.
Novamente quero apelar ao Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao Governador Sérgio Cabral, a fim de que se sensibilizem com a situação dessas crianças e lhes deem prioridade no atendimento médico.
Devo também comunicar a nossa disposição, inclusive, de acionar o Ministério Público, para acompanhar a assistência que deve ser dada pelo Estado e pelo Município e que não está sendo dada às crianças, aos sobreviventes e às famílias. Essas famílias constituíram a Associação Anjos de Realengo, para reivindicarem justamente seus direitos.
Sr. Presidente, peço que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de comunicação da Casa e para o Brasil.
Apelo, mais uma vez, à sensibilidade do Prefeito e do Governador do Estado do Rio de Janeiro em relação ao caso das crianças de Realengo, que, já vítimas de agressão tão brutal e tão grande, não merecem ser relegadas pelo Estado, que não pôde protegê-las.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

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