Deputado manifesta seu repúdio às manifestações de intolerância e preconceito

Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para manifestar, mais uma vez, minha profunda preocupação com as crescentes manifestações de intolerância e de preconceito em nosso País.
Nos últimos dias, a cidade de Brasília foi palco de mais um caso de racismo explícito. E quero aqui, nesta oportunidade, manifestar meu absoluto repúdio.
A situação, Deputada Janete Pietá, parece absurda, inacreditável: atrasado para um filme, o psicanalista Heverton Menezes discriminou Marina Serafim dos Reis, funcionária do estabelecimento, que se recusou a atendê-lo à frente dos que aguardavam na fila. Ele teve um acesso de fúria e ofendeu a atendente de pele negra, alegando que ela não deveria estar ali lidando com gente, e sim na África, cuidando de animais.
Sr. Presidente, que absurdo, que loucura, que estupidez! Ilustre Deputado Domingos Dutra, que à frente da Comissão de Direitos Humanos luta pela igualdade, pela justiça – e amanhã teremos aqui o grande debate da PEC nº 438, que trata do enfrentamento ao trabalho escravo -, veja que situação inóspita.
Posso imaginar o que sentiu aquela jovem funcionária e posso imaginar o que sentiram as demais pessoas presentes ao local, que se mobilizaram e acionaram a segurança do shopping. Com sua reação, fizeram com que, acuado, aquele cidadão fugisse. Mas as imagens registraram a cena. E, sob vaias e acusações de racismo, Heverton correu para o seu carro e deixou o local transtornado. Pudera, Sr. Presidente, pois, se enquadrado no crime de injúria racial, previsto no art. 140 do Código Penal, ele pode ser condenado de 1 ano a 3 anos de prisão, com acréscimo de multa.
O depoimento dessa jovem é dramático, é trágico. E quero oportunamente, ocupando esta tribuna, no dia de amanhã, pronunciar-me, falar mais sobre esse caso.
Sr. Presidente, precisamos enfrentar a intolerância, o preconceito e a discriminação em nosso País. A intolerância sempre vem acompanhada de ódio, de recalques; às vezes, fundamenta-se no infundamentável. Esse modo de encarar as diferenças é nociva, criminosa e anticristã.
O preconceito e a intolerância são o pai e a mãe do fundamentalismo, da homofobia, do racismo e de outras formas absurdas de manifestações do recrudescimento da alma humana. A intolerância é o mal cada vez mais disseminado, especialmente entre os jovens. E precisamos nos levantar, neutralizar esse crescimento que leva a ideias de hostilidade a homossexuais, nordestinos, judeus e negros de forma violenta. Isso é imoral e precisa parar, acabar em nosso País.

Sr. Presidente, agradeço a sua tolerância.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.

 

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