Deputado lamenta morte de ascensorista e pede atenção à Lei Maria da Penha

A ascensorista Juliana Lucas, de 27 anos, foi assassinada pelo ex-marido na frente dos três filhos

Durante pronunciamento nesta terça-feira, dia 6 de dezembro, o deputado Roberto de Lucena (PV-SP) lamentou a morte brutal da ascensorista Juliana Lucas, de 27 anos, funcionária de uma empresa de segurança que presta serviço à Câmara dos Deputados. A jovem foi assassinada com golpes de faca pelo ex-marido na frente dos três filhos.

O crime ocorreu poucos dias depois do Dia Internacional do Combate à Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro. “Nós ocupamos naquele dia esta tribuna – e não somente nós, mas tantos outros companheiros, deputados e deputadas – para falar e fazer uma reflexão sobre esse tema tão sério, tão importante, tão delicado, que ainda hoje, em pleno século XXI, às vésperas do ano de 2012, ainda ocupa, necessariamente, a nossa agenda, a agenda do dia do nosso País, quando falamos sobre a violência que atinge a mulher, quando falamos sobre a violência doméstica”, lembrou o deputado.

Roberto de Lucena lamentou ter que voltar à tribuna para relatar mais um caso de violência contra a mulher. “Não bastasse essa tragédia, não bastasse essa ignorância, não bastasse esse acontecimento tão infeliz, isso ainda acontece diante de seus filhos. Ela foi morta a facadas diante de três crianças: uma de 9 anos, outra de 10 anos e a terceira de 11 anos”.

O deputado citou ainda, os dados que envolvem a violência contra a mulher. A cada 15 segundos, uma mulher sofre algum tipo de violência, seja física, moral, sexual, psicológica, ética, seja patrimonial. A cada 7 minutos, uma mulher apanha e, a cada 2 horas, uma mulher é assassinada no Brasil.

“É claro que o Congresso Nacional, o Parlamento brasileiro, fez a sua lição de casa quando aprovou a Lei Maria da Penha, um conjunto de instrumentos legais que enfrenta diretamente e combate efetivamente a violência contra a mulher. Mas ainda, há muito a ser feito. Apesar de termos uma legislação tão rica, tão completa, tão trabalhada, tão burilada, nós precisamos examinar por quê ainda enfrentamos situações como essa. E é claro que nós vamos identificar, como um dos fatores responsáveis, a própria cultura da violência que nós temos instalada, nutrida e alimentada em nosso País na indústria do entretenimento, na indústria do cinema, nas mídias, conforme a própria mídia televisiva”, destacou Roberto de Lucena.

O deputado disse ainda que o Brasil deve desenvolver uma consciência direcionada ao enfrentamento da violência. “Muito mais do que debater a violência, precisamos ser aliados na construção de uma cultura da paz que debele o preconceito, que debele a violência e que finalmente promova o fortalecimento da família brasileira como um todo. Quero apresentar minhas condolências e meus sentimentos à família de Juliana e a todos os funcionários que trabalham no Anexo IV e que estão, a uma só voz, com o coração doído, dolorido, partido”, concluiu.

 

Foto: Reinaldo Ferrigno (SEFOT/CÂMARA)

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