Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, há poucos instantes, ocupando esta tribuna, o insigne Deputado Padre Luiz Couto falava a respeito dos policiais. Eu quero ainda, Deputado Luiz Couto, fazer aqui um comentário e tecer algumas considerações, manifestando a minha preocupação quanto aos episódios que têm ocorrido no meu Estado, São Paulo, envolvendo exatamente os policiais, sobretudo os policiais militares.
Desde o início do ano até esta presente data, cerca de 40 policias militares foram assassinados, foram mortos, foram executados. E esses policiais militares, na sua maioria, não estavam em serviço, eles estavam em período de descanso ou fazendo serviços extras. Na verdade, estamos vivendo uma verdadeira guerra.
E eu lamento, mas lamento profundamente, a coragem que identifico – e a coragem se manifesta de maneiras diferentes -, um tipo de coragem que não é boa, um tipo de coragem que é muito ruim, é péssima. E aí está uma de suas expressões: a coragem de usar politicamente, fazer uso político dessa verdadeira tragédia que acomete dezenas de famílias. São pais de família, filhos ou netos; são cidadãos brasileiros, bons paulistas, bons brasileiros, que dedicaram sua vida à missão de proteger a vida das pessoas, de proteger os demais cidadãos, de proteger a sociedade, de proteger pessoas que, na sua maioria, nunca sequer conheceram.
Mas o Estado brasileiro, Sras. e Srs. Parlamentares, não os tem conseguido proteger. Esses policiais militares, em número de mais de 100 mil apenas no Estado de São Paulo, têm transformado a sua missão de vida em profissão e transformado a sua profissão em missão de vida.
Aqui deixo claro o meu entendimento de que o Governador Geraldo Alckmin não pode ser responsabilizado por essas ocorrências. Esse tipo de aplicação, esse tipo de direcionamento, de cobrança ao Governador Geraldo Alckmin é, no mínimo, irresponsável; é, no mínimo, inconsequente; é, no mínimo, leviano.
O crime organizado é um Estado paralelo. É um desafio para o Brasil como um todo, um desafio que precisa ser enfrentado por todos nós.
E como vamos enfrentar e desmantelar o crime organizado? Vamos enfrentá-lo, Sr. Presidente, através de uma legislação rigorosa, que puna severamente essa modalidade de crime. Vamos enfrentá-lo com uma legislação que desmonte os aparelhos da corrupção no Brasil, corrupção que é responsável pela geração de recursos que muitas vezes irriga esse Estado paralelo, que acaba chegando a esse Estado paralelo.
Como vamos enfrentar e desaparelhar esse Estado paralelo que é o crime organizado? Através de investimentos efetivos na área da segurança pública, investimentos que precisam ser feitos com consistência, lucidez e planejamento.
Como vamos enfrentar o crime organizado e desaparelhá-lo? Através da qualificação das nossas polícias.
É preciso, portanto, Sr. Presidente, que encaremos esse tema com toda a responsabilidade que ele exige. É preciso que olhemos para essas famílias. Está na hora de vermos as manifestações das organizações de direitos humanos a se levantar em defesa das famílias e dos entes queridos desses policiais. É o momento de vermos a sociedade se levantando e, na contramão de alguns discursos que ouvimos nesta tribuna no dia de ontem, de nos posicionarmos em apoio ao Governo do Estado de São Paulo e ao Governador Geraldo Alckmin, que é um líder sério, íntegro e que tem conduzido a máquina pública, o Estado de São Paulo com muita seriedade, com compromisso com o seu povo.
Caminhando para a conclusão, Sr. Presidente, quero, como Parlamentar do Estado de São Paulo, colocar-me à disposição do nosso Governador e do Governo do Estado de São Paulo. Quero colocar-me ao lado da instituição Polícia Militar e também lamentar essas baixas, a morte desses heróis – heróis paulistas, heróis brasileiros. Também quero expressar os meus sentimentos aos familiares e aos entes queridos desses policiais militares que o Estado brasileiro não conseguiu proteger.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
Que Deus abençoe o Brasil!
