Deputado discursa sobre perseguição religiosa praticada pelo Governo iraniano contra a Comunidade Bahá’ís

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho a esta tribuna expor a situação deplorável em que se encontram os membros da comunidade Bahá’í no lrã.
Notícias recentes afirmam que a violência contra os bahá’ís tem se intensificado drasticamente, em especial na cidade iraniana de Semnan, a leste de Teerã. Casas e lojas têm sido alvos de incêndios; inúmeras empresas de propriedade de bahá’ís foram fechadas pelas autoridades; o cemitério bahá’í local tem sido, frequentemente, vandalizado, e os estudantes continuam impedidos de cursar as universidades.
O que se pode constatar, Sr. Presidente, ilustre Deputado Izalci, é a implementação passo a passo de uma política oficial de estrangulamento da comunidade Bahá’í naquela cidade, algo que precisa ser considerado à luz do Memorando 
Golpayegani, revelado pelas Nações Unidas em 1991.
Quem conhece os bahá’ís, em qualquer parte do mundo, tem plena consciência de que são pessoas pacíficas e dedicadas à promoção da igualdade e da justiça nas comunidades em que residem. No Brasil, há milhares de seguidores e simpatizantes cuja atuação se destaca nos processos de defesa dos direitos humanos e de transformação social por meio da conscientização acerca da importância do papel de cada cidadão e cidadã na construção do bem-estar da coletividade.
Mesmo seguindo princípios tão universais, mesmo sem se envolverem em qualquer atuação político-partidária, os bahá’ís no Irã estão sendo amplamente perseguidos pelo regime autoritário do Governo iraniano. Além dos bahá’ís, muitos outros grupos religiosos enfrentam discriminação no território iraniano. No ano passado, por exemplo, o Governo confiscou cerca de 6.500 Bíblias cristãs e ainda mantém como prisioneiro o Pastor Youcef Nadarkhani, que foi sentenciado à morte por apostasia.
De história recente, outras versões, versões de acusação de crimes supostamente cometidos pelo pastor foram apresentadas de maneira estranha. O Pastor Youcef Nadarkhani está no corredor da morte no Irã apenas por ter cometido o crime da apostasia, condenado pela Sharia, o crime de ter se convertido à fé cristã.
Apesar do apelo de alguns Parlamentares desta Casa pela preservação dos direitos humanos naquele país, crianças, jovens, homens e mulheres vivenciam cenas de atrocidade por razão de um único e claro motivo: intolerância religiosa.
O Brasil não pode ser conivente com o cerceamento do direito à liberdade religiosa de bahá’ís nem de outros grupos religiosos que também são perseguidos.
Por isso, peço que as Sras. e Srs. Deputados, nobres colegas aqui presentes, sintam-se também na responsabilidade de interferir nessa reflexão, nessa política que penaliza inocentes e impede o progresso da humanidade por meio de uma cultura de paz. Precisamos nos unir para pedir pelo fim da violência progressiva.
Por fim, Sr. Presidente, clamo a esta Casa para que nos levantemos em defesa da vida, dos direitos huamanso e solicitemos informações junto à Embaixada do Irã em Brasília e também junto ao Ministério das Relações Exteriores acerca das gestões que vêm sendo feitas para que essas pessoas possam ter acesso à justiça e para que a violação de direitos humanos sofrida pelos cidadãos da humanidade seja freada.
Que Deus abençoe o Brasil.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares.

 

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