Deputado chama atenção para o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão

Deputado chama atenção para o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão

 

A Organização das Nações Unidas (ONU), em 1982, com o objetivo de chamar a atenção das pessoas para o sofrimento das crianças de todo o mundo que são vítimas de agressões física, sexual, mental e emocional, instituiu 4 de junho como o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão. A data também visa reforçar o compromisso das Nações Unidas em proteger os direitos das crianças e encorajar o trabalho das pessoas e organizações que se dedicam a esta importante causa.

“Nada temos para comemorar, e sim para refletirmos sobre este crime terrível, que é a violência contra as crianças”, afirmou o deputado federal Roberto de Lucena durante pronunciamento na Câmara Federal.

Estimativas da ONU apontam que 2 milhões de crianças foram mortas em conflitos nas duas últimas décadas e 10 milhões de crianças refugiaram-se através da Agência das Nações Unidas para os refugiados. De acordo com a Unicef, mais de um bilhão de crianças sofre pelo menos um tipo de privação, o que representa cerca da metade das crianças no mundo que vivem diariamente em situação de pobreza.

“Quando se fala em agressão, pensamos, em um primeiro momento, na agressão física e sexual, mas também devemos considerar outros tipos de violência, perigosos e silenciosos, como a agressão psicológica, a social, a econômica. Todos os tipos de agressão trazem danos ao indivíduo, e, no caso das crianças, as sequelas se estendem por toda a vida, causando sérios traumas. A consequência da agressão contra as crianças é danosa, pois o cérebro infantil ainda está se programando”, destacou o deputado.

O parlamentar citou dados de um levantamento do SOS Criança, que apontou que na cidade de São Paulo 64% das denúncias de agressão contra a criança têm origem dentro de casa, sendo que os casos mais comuns são afogamento, espancamento, envenenamento, encarceramento, queimadura e abuso sexual. “Tratando-se da violência sexual, na grande maioria dos casos o agressor é um parente próximo, muitas vezes o próprio pai ou padrasto, vizinho ou conhecido. É uma pessoa de confiança, aparentemente acima de qualquer suspeita”, alertou Roberto de Lucena.

Durante o discurso, o deputado ainda citou que outra situação preocupante em todo o mundo é a exploração do trabalho infantil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Trabalho Infantil (PNAD/2001), realizada pelo IBGE, o trabalho infantil é exercido por cerca de 2,2 milhões de crianças brasileiras, entre 5 e 14 anos de idade. Já os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que nos países em desenvolvimento mais de 250 milhões de crianças de 5 a 14 anos de idade trabalham.

“Cuidar das nossas crianças não é uma tarefa exclusiva dos pais, mas também dos parentes, da comunidade, dos profissionais de saúde, dos educadores, dos governantes, enfim, da sociedade como um todo. A palavra deve ser a forma de educar, e não a agressão. Precisamos cuidar das nossas meninas e meninos e devemos ficar atentos ao comportamento deles. Mudanças bruscas de comportamento, como retração ou agressividade excessivas, são sinais de maus-tratos. Quem sabe ou suspeita de algum caso de agressão contra crianças deve encaminhar a denúncia, o mais rápido possível, ao Conselho Tutelar ou para o Ministério Público”, alertou Roberto de Lucena.

 

Foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados

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