No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, Roberto de Lucena destaca a defesa de implementação de medidas para a inclusão social das pessoas com deficiência

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no ano de 1982, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas criou um programa que visa atender as necessidades das pessoas com qualquer tipo de deficiência física, o Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência. Dez anos depois, no dia 14 de outubro, a Assembléia instituiu o dia 3 de dezembro como o Dia Internacional do Deficiente Físico.
Hoje, nesta Casa, comemoramos este dia de conscientização e comprometimento com estas pessoas, para que programas de ação consigam, de verdade, modificar as circunstâncias de vida dos deficientes em todo o mundo.
Com o passar dos anos, a deficiência passou a ser vista como uma necessidade especial, pois as pessoas precisavam, e ainda precisam, de tratamentos diferenciados e especiais para viver com dignidade. Infelizmente, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sabemos que isso não acontece, pois o mundo não é adaptado para essas pessoas, que sofrem muito em seu dia a dia.
Construir rampinhas nas ruas é uma forma de mascarar o verdadeiro e digno tratamento que os portadores de necessidades especiais deveriam e mereceriam receber. Por que não, Sr. Presidente, difundir e ensinar amplamente a leitura em braile, para atender os deficientes visuais; garantir acesso aos ônibus e lugares públicos aos cadeirantes; além de planos e programas governamentais voltados para a saúde e a reabilitação dessas pessoas, visando amenizar suas dificuldades, bem como capacitá-los para a vida social, para o exercício pleno da cidadania?
As escolas deveriam ter profissionais preparados para lidar com as limitações, e o Estado, assumir maior compromisso com a formação dos professores, coordenadores e diretores, que, muitas vezes, não sabem como lidar com as necessidades especiais. É dever do Estado promover conhecimento, a fim de garantir o aprendizado de uma profissão, dando-lhes garantia e dignidade para o futuro.
Não adianta afirmar que a sociedade não está preparada. Passou da hora de arregaçarmos as mangas e tratarmos os portadores de necessidades especiais como pessoas normais, pois são normais, sim senhores, embora tenham algumas limitações. Tratá-los com indiferença ou com desrespeito é também forma de preconceito, comportamento odioso que lutamos, diariamente, nesta Casa para combater!
Se alguém tiver dúvida da capacidade e habilidade dos portadores de necessidades especiais, procure saber de suas participações e desempenho nos Jogos Paralímpicos, onde os mesmos atingem recordes e conquistam várias medalhas. São verdadeiros heróis de modalidades esportivas como atletismo, futebol, natação, basquete, entre outras.
A sociedade já mudou muito nos últimos anos em relação às necessidades especiais, mas ainda temos muito que melhorar. Hoje em dia, podemos ver essas pessoas trabalhando em empresas, como supermercados, lanchonetes, restaurantes, farmácias e escolas, pois a lei obriga a que um percentual dos funcionários sejam portadores de necessidades especiais, como forma de garantir-lhes oportunidades no mercado de trabalho.
Estamos no caminho certo, mas ele ainda é insuficiente. A estrada para chegarmos ao ideal de respeito a essas pessoas é longa, Sr. Presidente. Precisamos de mais, Sras. e Srs. Deputados: de mais respeito, de mais consideração, de mais acessibilidade, de mais amor…
Precisamos assegurar a integração social dessas pessoas especiais, além de oferecer-lhes mais igualdade de oportunidades. Muito tem sido falado sobre acessibilidade, mas ainda estamos longe do ideal. A luta pelos direitos das pessoas portadoras de deficiências é grande e precisa do apoio de toda a sociedade.
Muito obrigado.
Que Deus abençoe o Brasil

Compartilhe:

Receba nossas Informações