Temer sinaliza à UGT que vetará trechos do PL da Terceirização

Em reunião com integrantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), nesta quarta-feira (29), o presidente da República, Michel Temer, sinalizou que antes de sancionar o Projeto de Lei 4302, que trata do trabalho temporário e da prestação de serviços de terceiros, vai avaliar os pontos críticos apontados pela entidade, e que poderá vetar alguns trechos da matéria. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a participação do presidente e do vice-presidente nacional da UGT, Ricardo Patah e deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP), respectivamente, além de outros membros da entidade. O ministro do trabalho, Ronaldo Nogueira e o presidente do PTB, Roberto Jeffeson, também acompanharam os dirigentes da UGT.

“Demonstramos que o PL 4302 é muito prejudicial e sugerimos o veto para diminuir o radicalismo e a selvageria que o projeto trará aos trabalhadores. O presidente Temer disse que não é intenção do Governo trazer prejuízo aos trabalhadores e que pontos do projeto de terceirização poderão ser corrigidos para salvaguardar os direitos já conquistados”, disse Ricardo Patah, lembrando que o PLC 30, que também trata da terceirização e se encontra hoje no Senado Federal, é mais adequado, pois torna a legislação efetivamente moderna e protetora.

Segundo Roberto de Lucena, o objetivo da reunião foi sensibilizar o presidente Temer não só nos aspectos da terceirização, como também na flexibilização da Reforma da Previdência e da Reforma Trabalhista. “Pedimos ao presidente para dialogar mais com os sindicatos e não deixar que as questões mais relevantes da Reforma da Previdência recaiam nas costas dos trabalhadores, pois a solução para o déficit previdenciário depende de uma gestão integrada, que comtempla também a cobrança dos grandes devedores, a venda de imóveis ociosos e a revisão das desonerações”, afirmou o parlamentar.

Os integrantes da UGT demonstraram que compreendem a necessidade da Reforma da Previdência e que são favoráveis a alguns pontos, tais como a elevação da idade para a aposentadoria, em função do aumento da longevidade da população brasileira. No entanto, defenderam a diferenciação de idade para gêneros. O presidente da República, por sua vez, afirmou que o Governo fará uma audiência pública exclusiva com as mulheres para debater o tema.

“Ficamos muito satisfeitos com a reunião. O presidente Temer demonstrou muita sensibilidade e abertura ao diálogo em todos os temas apresentados”, ressaltou Roberto de Lucena, que votou contra o projeto da terceirização e tem sido um eloquente interlocutor dos direitos dos trabalhadores nas reformas em curso na Câmara dos Deputados.

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