Lideranças evangélicas pedem ao MRE por mais equilíbrio em decisão da Unesco que envolve Israel

Antecedendo a realização da 201ª Sessão Deliberativa do Conselho Executivo da Unesco, o deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP) articulou, nesta quarta-feira (5), um encontro entre o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e lideranças evangélicas nacionais. O objetivo foi debater a postura do Brasil nas votações realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) relativas a Israel. A próxima sessão da Unesco será realizada nos dias 26 e 27 de abril, em Paris, na França.

“Viemos aqui trazer ao nosso chanceler e à diplomacia brasileira o apoio de parcela significativa do povo evangélico que se sente representado por essas lideranças – e temos a compreensão de que nosso sentimento é compartilhado pela grande maioria dos cristãos nacionais, com relação ao esforço do Brasil para que o texto da resolução 199 da Unesco sofresse importantes evoluções no sentido de ser mais justo, equilibrado e imparcial, até chegar à resolução 200. Ainda não é o texto ideal. Nossa expectativa é de que a resolução 201 avance ainda mais nessa direção. A maioria da população brasileira é cristã e os cristãos tem Israel como sua segunda Pátria”, disse Roberto de Lucena.

O apóstolo Paulo de Tarso Fernandes expôs ao ministro que, apesar de  reconhecer a existência dos árabes e mulçumanos que passaram a morar na região, diversas questões históricas têm sido desrespeitadas. “Notadamente a ONU tem se posicionado contra Israel, por isso é importante que o governo brasileiro passe a considerar esta importante parcela de nossa população que apoia a nação Judaica”, afirmou Fernandes, deixando claro que os evangélicos defendem Jerusalém como a capital indivisível de Israel.

Aloysio Nunes afirmou que o Brasil vai continuar lutando para suprimir os pontos de desequilíbrio. “Nosso esforço é para que as próximas resoluções sejam mais equilibradas e justas. Temos uma posição suprapartidária de mais de 30 anos de busca de paz entre palestinos e israelenses”, comentou o ministro, apontando que o movimento evangélico tem ajudado na construção do posicionamento do Brasil.

Para a apóstola Valnice Milhomens Coelho, a reunião foi bastante positiva. “Começamos a ser ouvidos e isso é muito importante para os cristãos. Além disso, foi uma grata coincidência ser o aniversário do ministro e podermos orar por ele”, disse. O apóstolo Laudjair Carneiro Guerra, responsável das igrejas G12 no Brasil, compartilha a mesma opinião. “Achei que a reunião foi muito produtiva, pois o ministro tomou conhecimento do carinho e do amor do Brasil por Israel e ouviu nossos argumentos para que o país se posicione a favor dos nossos irmãos”, concluiu.

O posicionamento do Brasil durante a 199º Sessão Deliberativa do Conselho Executivo da Unesco, em abril do ano passado, ainda sob o Governo do PT, foi frontalmente contrário a Israel. Já na 200ª sessão do Conselho Executivo da Unesco, realizada em outubro, houve nitidamente uma nova postura na condução do tema pelo atual governo, que atuou para a revisão do texto aprovado.

O encontro também contou com a presença dos apóstolos Francisco Maia Nicolau, Joaquim José da Silva Jr., Neuza Itioka, Paulo Tércio Lopes Silva, Leoníldio Lima de Oliveira e Marcus Arrais Fima. A representante da Ordem dos Advogados do Brasil seccional do DF, Clarita Costa Maia, acompanhou a audiência no Itamaraty.

 

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