Em seu pronunciamento no Plenário da Câmara dos Deputados, neste sábado (16), o deputado Roberto de Lucena (PV-SP) chamou toda a sociedade à responsabilidade de reconstruir o país em torno de um novo modelo de gestão pública, afastando o inchaço da máquina administrativa, a corrupção sistêmica e o descaso com o povo.
“Temos pela frente uma estrada longa, difícil, e uma pesada tarefa de reconstrução, que caberá a todos, independentemente de cor partidária, classe social ou ideologia política”, avaliou.
“Não estamos simplesmente diante de uma crise de governo. É uma crise de modelo!”, exclamou o parlamentar, que reafirmou seu voto a favor da admissibilidade do processo de impeachment.
Para Lucena, o muro erguido entre a Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional materializa o estado de espírito do Brasil, “onde a fogueira do ódio e da intolerância tem sido irresponsavelmente alimentada”.
O deputado da bancada verde lembrou sua família para mostrar que o momento, embora triste, é de esperança: “acredito que o Brasil nunca mais será o mesmo e que esse país, onde minhas netas viverão como adultas, em 20 anos, estará muito melhor do que o que vivemos hoje”.
A descoberta de mensagens de operários que trabalharam na construção do Congresso, escritas nas vigas e paredes acima da laje do Salão Verde da Câmara foi relembrada na conclusão do pronunciamento. Duas delas foram marcantes para o deputado, pois mostram a dimensão da responsabilidade dos parlamentares.
“Só temos esperança, a esperança nos brasileiros de amanhã”, diz a primeira; “Que os homens de amanhã que aqui vierem tenham compaixão dos nossos filhos, e que a lei se cumpra!”, conclama a outra. “Essa súplica presumia que as gerações que se sucederiam aqui nesta Casa seriam de pessoas de bem, de generoso espírito público, responsáveis, lúcidas, sensíveis, a ponto de nutrirem real interesse pelos filhos do povo”, finalizou Lucena, pedindo para o Brasil a bênção de Deus.
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